3.5 estrelas fantasia

Resenha: Gardens of the Moon, Steven Erikson

15:15neo

The Malazan Book of the Fallen: Gardens of the Moon | Deadhouse Gates | Memories of Ice | House of Chains | Midnight Tides | The Bonehunters | Reaper's Gale | Toll the Hounds | Dust of Dreams | The Crippled Gold 
Steven Erikson
Tor
★★★½

O Império Malazano ferve com o descontentamento, ressecado pela guerra interminável, amargas brigas internas e confrontos sangrentos. Mesmo as legiões imperiais, acostumadas com o derramamento de sangue, anseiam por um pouco de descanso. No entanto, o governo da Imperatriz Laseen permanece absoluto, imposto pelo medo por seus assassinos da Garra. Para o sargento Whiskeyjack e seu esquadrão de Bridgeburners, e para Tattersail, mago sobrevivente da Segunda Legião, as consequências do cerco à Pale deveria ter sido um tempo para lamentar os muitos mortos. Mas Darujhistan, última das Cidades Livres de Genabackis, ainda resiste. É a esta antiga cidadela que Laseen lança seu olhar predatório. No entanto, parece que o Império não está sozinho neste grande jogo. Sinistras forças sombrias estão se reunindo enquanto os próprios deuses se preparam para jogar a sua mão.

Eu já tinha ouvido falar do quão complicado Gardens of the Moon (ou a série The Malazan Book of the Fallen como um todo) era muito antes de sequer considerar lê-lo, então o comecei sabendo que ficaria perdida por um tempo. Já li vários livros de fantasia em que se vai conhecendo o mundo e história aos poucos, e geralmente esses são os meus favoritos, então Gardens of the Moon não seria diferente, certo?

Errado.


Gardens of the Moon é provavelmente o livro mais complicado que já li. Isso tem seu lado bom, claro, mas também tem seu lado ruim. Se a história é viva, complexa e rica, se passando em um dos mundos mais originais que já vi, ela é também confusa, insatisfatória e cansativa. O livro inteiro foi recheado de momentos em que eu estava totalmente interessado pelo que acontecia e momentos em que eu simplesmente não dava a mínima. 

O número de personagens é grande, o que eu geralmente gosto, mas que em Gardens of the Moon isso acabou enfraquecendo a narrativa. Nenhum personagem é unidimensional ou oco, mas graças ao grande número de POVs (e muitas vezes o tamanho desses POVs e a quantidade de trocas entre eles em um curto espaço de tempo) fez com que eles parecessem meio que pela metade, quase como se estivessem inacabados. Tattersail e Lorn foram minhas favoritas, e os capítulos em que elas não estiveram presentes foram os que mais me deixaram morrendo de tédio.

Falando em Tattersail e Lorn, Gardens of the Moon é um livro mais ou menos equilibrado quando o assunto é o sexo de seus personagens. Não há sexismo também, o que os fez mostrarem sua personalidade com mais facilidade e o que sem dúvida deixou o mundo mais interessante pra mim. Ainda há mais homens (claro, né), mas comparado com outros livros do gênero Gardens of the Moon é bem menos "dudebro" do que estou acostumado.

O plot se desenvolve devagar, mas assim como o mundo é bem interessante. É aqui, aliás, que a complicação de Gardens of the Moon mais pesa pra mim; nada é explicado para o leitor, que tem que dar seus pulos para entender o que está acontecendo e para "descobrir" certos elementos presentes na história. Muita coisa acaba se perdendo desse jeito, e o que deveria ter me deixado bem mais impressionada acabou sim causando uma ótima impressão, mas que nem de longe é tão boa quando poderia ter sido. 

E é isso que define Gardens ot the Moon pra mim: é bom, mas não tanto quanto eu esperava/tanto quanto poderia ter sido. Exemplo: o final consegue ter um ritmo melhor do que o resto do livro, mas um deus ex machina é usado para resolver um certo problema. Se o elemento que causou esse deus ex machina tivesse sido introduzido antes ou pelo menos tivesse sido mencionado, o final teria me deixado bem mais satisfeita. Ou seja, faltou informação, do início ao fim, e isso custou um bocado para a história.

Pretendo continuar a série pelo lado que me agradou - a originalidade e a complexidade principalmente -, mas apenas quando ela for publicada aqui no Brasil. Levei quase dois meses (!!!) para terminar Gardens of the Moon lendo em inglês, e sinceramente não tenho muita disposição para dedicar tanto tempo a uma série/livro só. E recomendo esse livro apenas para os fãs do gênero. Acho difícil que um iniciante consiga aproveitar muito de Gardens of the Moon (até agora não entendi o porquê desse título, btw). 3,5 estrelas.

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2 comentários

  1. Opa, como sempre, ótima resenha. Eu li o livro e gostei bastante, mas é um livro que tem que se ler com muita calma realmente. O começo é lento e bastante confuso. Parece que os demais livros da série vão preenchendo esses espaços que ficam no primeiro livro, de acordo com amigos que terminaram de ler a saga, e ainda tem os livros do Ian C. Esslemont para ajudar a completar todo o enredo. Enfim, também estou no começo dessa jornada e espero que vc se anime a ler os demais. Abs!

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    1. Sim, bem isso. É um bom livro, mas muito complicado e por isso às vezes fica meio difícil de ler mesmo. E lerei os próximos assim que lançar em português (provavelmente). Obrigada!

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