3.0 estrelas fantasia

Resenha: Truthwitch, Susan Dennard

10:53neo

Série The Witchlands: Truthwitch | Windwitch | ?
Susan Dennard
Tor Teen
★★★

In the Witchlands, there are almost as many types of magic as there are ways to get in trouble—as two desperate young women know all too well.
Safiya is a Truthwitch, able to discern truth from lie. It’s a powerful magic that many would kill to have on their side, especially amongst the nobility to which Safi was born. So Safi must keep her gift hidden, lest she be used as a pawn in the struggle between empires.
Iseult, a Threadwitch, can see the invisible ties that bind and entangle the lives around her—but she cannot see the bonds that touch her own heart. Her unlikely friendship with Safi has taken her from life as an outcast into one of reckless adventure, where she is a cool, wary balance to Safi’s hotheaded impulsiveness.
Safi and Iseult just want to be free to live their own lives, but war is coming to the Witchlands. With the help of the cunning Prince Merik (a Windwitch and ship’s captain) and the hindrance of a Bloodwitch bent on revenge, the friends must fight emperors, princes, and mercenaries alike, who will stop at nothing to get their hands on a Truthwitch. 
Como vocês já devem saber, Truthwitch era um dos meus livros mais antecipados de 2016 por basicamente dois motivos: amizade entre garotas e magia/bruxaria, que são coisas que eu adoro em história. Infelizmente, porém, ele decepcionou sim.

Primeiro, os personagens. Iseult foi, de longe, minha favorita, e a mais bem desenvolvida. Ela é uma Threadwitch, ou seja, ela pode “ver” o que as pessoas estão sentindo, e a melhor amiga de Safi, que é o foco desse primeiro volume e uma Truthwitch (capaz de dizer quando alguém está mentindo ou não). Eu gostei bastante do relacionamento das duas, mas Safi não é mesmo meu tipo de personagem, então eu meio que não me importei muito com as partes dela.

O problema, no entanto, é que elas são basicamente as únicas personagens da história que são bem desenvolvidas/construídas. O par romântico da Safi, o Merik, quase me matou de sono. Ele é um príncipe que se importa muito com seu reino, mas eu não importo com isso porque não me importo com o Merik, saca? E o romance dos dois foi um porre. É um romance que começa com os dois se odiando, que eu diria ser uma trope cansada e chata se eu não adorasse Captive Prince com todas as minhas forças, então não, a culpa não é da trope. É da execução. Eles passam de nossa eu te odeio para well pode ser que a gente sinta algo um pelo outro do nada. Não há transição nenhuma. Eles passam o livro inteiro a) brigando entre si b) brigando com outras pessoas ou c) fugindo. Não tem tempo para que eles comecem a se importar com o outro de fato e isso deixa o romance chato pra cacete.

Aliás, o romance já estava destinado a ser chato quando essa passagem surgiu na SEGUNDA vez em que eles se encontraram:
Something had happened between Safi and Merik during their dance. Something as powerful as the wind and the music that had gusted around them. A shift in the air that preceded a storm. 
Sabe qual o problema desse trecho? A autora praticamente já disse com ele que os dois vão se apaixonar e ficar juntos. HÁ ALGO MÁGICO NO AR e zzzzzzzzzzz. 

Quero dizer, se eu já sei que eles vão ficar juntos/se apaixonar, pra onde vai a tensão da história? Pra que eu me daria ao trabalho de me importar com eles se o ~destino~ de ambos já foi selado aqui?

Resposta: eu não daria. E não dei.

Aeduan, o outro personagem com POV, tem um poder muito interessante: Bloodwitchery, ou o poder de reconhecer/rastrear o sangue de qualquer pessoa. Acho que a autora acabou dando mais atenção pro poder dele (que é sim a+) do que para ele. Eu mal sei como é a personalidade do Aeduan, para vocês terem uma ideia.

Além deles, o único personagem que me chamou a atenção foi o Leopold, e isso porque todo mundo descarta o coitado como inútil porque ele é lindo. Uma trope que me irrita horrores é essa de bonito = inútil e feio = útil (ou bonito = bom e feio = ruim), então se você tiver um personagem bonito que todo mundo considera como “nada demais” ou coisa do tipo, há 99% de chance que eu vou gostar dele só pra esperar que ele prove todo mundo errado.

Mas o Leopold mal aparece, então a Iseult foi a única coisa boa no aspecto personagens pra mim.

Os poderes que aparecem na história são bem interessantes. Tem a Bloodwitchery e a Threadwitchery, que já mencionei, e outras favoritas minhas foram Poisonwitchery (capacidade de controlar venenos) e Wordwitchery (capacidade de influenciar as pessoas com suas palavras). Mas tirando isso, o worldbuilding é bem incompleto. Há uns três impérios no mundo da história (mais algumas nações independentes) e se você me perguntar o que diferencia cada um deles, eu não vou saber dizer. Costumes e coisas assim passaram longe da história. 

Mas o que fez com que Truthwitch acabasse sendo um livro bem mais ou menos pra mim foi o plot. O plot é muito… direto. Eu estava esperando coisas interessantes. Mistério! Suspense! Mas o que eu recebi? Ação, ação e mais ação. O que não é de todo ruim, é claro, mas depois de um tempo a coisa fica chata. É por isso que o início me manteve grudada no meu tablet, mas aí lá pela página 150 eu já estava quase dormindo. Ação infinita não me prende a atenção.

Enfim, provavelmente continuarei essa série porque a história tem uma ou outra coisa que me agradou (a amizade entre Iseult e Safi, basicamente), mas Truthwitch certamente não entrou para minha lista de favoritos. 3.0 estrelas.

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2 comentários

  1. Oii Neo �� estava pensando e percebi que nunca li um livro onde a protagonista fosse gorda ou ao menos acima do peso. Por qur os autores tem dificuldade em implementar personagens que não estejam na "forma física ideal"?

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    1. Oi, Nony! Então, eu acredito que seja pela mesma razão que tenham dificuldade em implementar personagens que diferenciem do padrão mesmo (não sejam brancos/cis/sem deficiência/héteros/etc). Às vezes é feito até sem querer; já estão tão acostumados a ver apenas personagens em forma em tudo quanto é canto que nem entra na cabeça deles a ideia de fazer um acima do peso. No resto das vezes é gordofobia mesmo, infelizmente :/

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